Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (30/05) pelo IBGE indica queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre de 2019
O resultado foi puxado principalmente pelos setores da indústria e de investimentos, que registraram retração de 0,7% e 1,7%, respectivamente.
“Esse número é bastante ruim, é frustrante. É verdade que este numero foi influenciado por fatores transitórios, como (o desastre causado pelo rompimento da barragem de) Brumadinho (MG). Esses fatores influenciaram na estagnação”, afirma o presidente do Banco Central, Mário Mesquita.
Segundo ele, há muita incerteza com relação à condução das contas públicas no país, e este índice pode melhorar no próximo período com a votação da Reforma da Previdência no Congresso Nacional.
“A aprovação da Reforma da Previdência deve levar a uma redução da incerteza do mercado, aumentando o nível de investimentos no país, e fazer com que o Banco Central possa flexibilizar a taxa monetária nacional”, avalia.
A previsão inicial do governo e do mercado, divulgada no dia 03 de maio deste ano, era de queda de 0,68% do PIB nos três primeiros meses do ano.
Já a previsão de crescimento da economia em 2019, feita pelo governo passado, era de 2,5%. A previsão atual do governo é de expansão do PIB da ordem de 1,3%, com economia projetada de 1 trilhão e 10 bilhões ao longo de 30 anos com a aprovação da Reforma da Previdência.
“Tem reformas importantes em aspectos microeconômicos que são complementares, como a reforma tributária, a simplificação da carga tributária, facilitação para a abertura e fechamento de negócios, a flexibilização monetária nacional, a abertura comercial, com um possível acordo com a União Europeia, ou seja, há um conjunto de medidas para estabilizar a economia”, afirma o diretor do Banco Central.
Entre os índices que registraram alta no período estão o consumo das famílias, que teve crescimento de 0,3% , o consumo do Estado, que registrou aumento de 0,4%, o setor de serviços, com crescimento de 0,2%, e a venda de imóveis, que cresceu 9,7%.
A deputada Joice Hasselmann (PSL/PR), líder do governo no Congresso, comentou a queda do PIB no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.
“Este índice divulgado hoje pelo IBGE é absolutamente normal, uma vez que o país ainda não deu um passo importante, que é a aprovação da Reforma da Previdência, que deve ser apreciada pelo Congresso Nacional ainda no segundo trimestre do ano”, disse Hasselman.
Já o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, falou sobre medidas adotadas pelo governo para estimular o consumo e a economia.
“O PIS/PASEP nós estamos prontos para disparar, mas o FGTS atrasou um pouco essa liberação. É melhor esperarmos para soltar tudo junto”, adiantou o ministro.
“O resultado desta queda do PIB é que a arrecadação cai e os gastos crescem. Com as despesas crescendo, vai aumentar ainda mais a carga tributária e a inflação crescerá”, avalia o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.
De acordo com ele, o Brasil é um país que tem uma dívida pública alta, carga tributária elevada e economia no vermelho.
Da redação, com informações de agências.